DIMENSIONAMENTO
DE circuitos elétricos EM MÉDIA TENSÃO 1 OBJETIVO Este
memorial de cálculo tem por objetivo apresentar os critérios utilizados no
dimensionamento de circuitos elétricos em média tensão ( 2.1 NORMAS APLICÁVEIS
-NBR-14039/2005
- Instalações Elétricas de Média Tensão 2.2 CARACTERÍSTICAS DOS
CABOS ELÉTRICOS
2.2.1 Construção
· Cabos para circuitos de média
tensão: - isolação : PVC/
EPR / XLPE - cobertura : PVC
/ PE 2.2.2 Temperaturas Máximas Admitidas nos Cabos
· Em regime: - PVC: 70 - EPR: 90 · Em curto-circuito: - PVC: 160 - EPR / XLPE: 250 2.2.3 Formação dos Circuitos
Alimentadores:
· Os cabos podem ser unipolares ou
multipolares. · Classes de isolamento: 3,6/6,0 –
6/10 – 8,7/15 – 12/20 – 15/25 – 20/35 kV 2.3 CARACTERÍSTICAS DA
INSTALAÇÃO
A seleção e a instalação de linhas elétricas são definidas
pela Norma NBR-14039. As maneiras de instalar são referidas na tabela 25 da
NBR-14039. 3
Critérios Utilizados DO DIMENSIONAMENTO DE
CIRCUITOS São utilizados os seguintes critérios conforme NBR-14039: - Capacidade de condução de corrente; - Queda de tensão na partida e em regime - Curto-circuito - Sobrecarga 3.1 CAPACIDADE
DE CONDUÇÃO DE CORRENTE:
A capacidade de condução de corrente, em função das
diferentes maneiras de instalar, é indicada na tabela 28 a 31 da NBR 14039. Para o cálculo da corrente nominal em alimentadores contendo
motores de indução trifásicos utiliza-se a seguinte equação: Onde: P = Potência da
carga em kW VN = Tensão nominal do circuito alimentador (kV) cos Ø = Fator de potência η = Rendimento do motor FS = Fator de serviço (quando
não informado é igual a 1) 3.1.1 Fatores de Correção:
· Temperatura: Segundo a tabela 32 da NBR 14039/05 – Fatores de correção
para temperaturas, aplica-se: Temperatura de referência para linhas subterrâneas : 20° C Temperatura de referência para linhas não
subterrâneas: · Agrupamento: Aplicam-se as tabela 34 e 38 da NBR 14039/05 – Fatores de correção para
agrupamentos. 3.2 QUEDA DE TENSÃO
A queda de tensão nos circuitos é calculada pela seguinte
fórmula:
Onde: · ΔV (%)=
queda de tensão percentual · I = corrente nominal do circuito em A (para
queda de tensão em regime) ou corrente de partida (para queda de tensão na
partida) · L = comprimento do circuito em km · Rca =
resistência do cabo em Ω/km · Xl =
reatância do cabo em Ω/km · · Vn= tensão nominal da fonte de alimentação Para queda de tensão em regime utiliza-se o fator de
potência em regime e a corrente nominal. Para queda de tensão na partida
utiliza-se o fator de potência de partida (quando não informado usar 0,3) e a
corrente de partida. 3.3 SUPORTABILIDADE
AO CURTO CIRCUITO PARA CONDUTORES FASE
3.4 CONDUTOR DE
PROTEÇÃO (PE)
Conforme NBR-14039: 3.5 PROTEÇÃO
CONTRA CORRENTES DE SOBRECARGA
Com relação à sobrecarga a NBR-14039
cita: A proteção de sobrecarga para média
tensão segue o princípio de coordenação entre três correntes: · Ib = corrente de projeto · In = corrente de ajuste
da função de sobrecarga ou sobrecorrente do relé de proteção secundário que
atuará no disjuntor de MT ou contator de MT. · Iz = capacidade de
condução do condutor considerando os fatores de correção. Ib ≤ Iajuste ≤ Iz x fatores de correção 4
EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO Alimentador do motor
indução trifásico para um compressor de ar: Dados: · PN = 625 kW
(Fator de serviço 1,15) · cos Ø = 0,88 regime · η=0,93 · Método de instalação - Cabos
unipolares em leitos / trifólio; Além do circuito do compressor considerar
mais dois circuitos no leito. Cabos tipo EPR 90BC com conexões prensadas. O condutor de proteção será em cobre com
isolação de PVC em contato com os condutores fase. · Temperatura ambiente = · Distância: 200m · cos Ø = 0,3 partida
· Ft =0,91 · Fa = 0,96 · Tensão alimentação: 2.400 V · Método de partida = direta (Ip= 6 x
In) · Corrente curto-circuito no
condutor: 30 kA · Tempo de atuação da proteção: 80 ms · Considerar como limites de queda de
tensão: 2% em regime e 5% na partida. a) Dimensionamento
pela IN Aplicando a equação eq.[ 1 ], temos: IN = · Ft =0,91 · Fa = 0,96 Escolha pela capacidade de corrente: Cabo de cobre isolação EPR 3,6/6 kV, seção de 70mm²
(conforme tabela 28 da NBR 14039/05 – cabo 70 mm2
EPR tem capacidade de condução de 275A no modo de instalar A). b) Cálculo da suportabilidade do cabo em relação ao curto circuito S ³ I
x (t)¹/² K I = 30000 (A) – valor de Icc no painel que alimenta o
compressor T = 0,08
(s) – considerado atuação do disjuntor em 80 ms K = 142 S ³ 59,76
mm2 Escolha pelo curto
circuito: A seção
mínima calculada para o nível de curto circuito é 70 mm² . c) Ajuste do relé secundário para corrente de sobrecarga Ib = 212 A Iz = 275 x 0,91 x 0,96 = 240,24 A 212 A ≤ Iajuste ≤ 240,25 Iajuste sobrecarga = 212 A (Iajuste
no relé) c) Cálculo da queda de tensão na partida (considerando o
cabo de 70 mm2) Onde: ΔV(%) = queda de tensão percentual Rca = 0,344 Ω/km Xl = 0,130 Ω/km Ip = 6
x In = 1272A (Considerando corrente de partida 6 vezes a corrente nominal) L =
Vn = 2400 V ΔV (%) = 4 A queda de tensão percentual calculada na partida é de 4 %,
ficando abaixo dos 5% recomendados. d) Cálculo da queda de tensão em regime (considerando o
cabo de 70 mm²) Onde: ΔV(%) = queda de tensão percentual Rca = 0,344 Ω/km Xl = 0,130 Ω/km In = L =
Vn = 2400 V ΔV(%) = 1,1 A queda de tensão percentual calculada em regime é de 1,1
%, ficando abaixo dos 2% solicitados. e) Cálculo do condutor de proteção (PE) S ³ I
x Öt_ K I = 30000 (A) – valor de Icc do painel que alimenta o motor T = 0,08
(s) – considerado atuação do disjuntor em 80 ms K = 143 (tabela 41) S ³ 59,75
mm2 Escolha pelo cálculo: 70 mm2 .
Cabo PE escolhido: 70
mm² Fases: Cabo de cobre
isolação EPR 3,6/6 kV, seção #70mm2, com blindagem eletrostática através de
fita ou malha condutora, capa de proteção em PVC. Condutor de proteção
(PE): cabo terra #70mm² PVC 750V. |